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Torniquetes aplicados no campo de batalha antes do tratamento cirúrgico têm sido associados à diminuição da mortalidade associada à hemorragia, mas não são isento de riscos.

Este artigo é um estudo de coorte retrospectivo que utilizou dados dos registros de trauma do Departamento de Defesa dos EUA. O banco de dados do estudo inclui casos de lesão vascular de extremidade inferior de 2004 a 2012. O desfecho primário avaliado foi amputação tardia, definida como amputação cirúrgica realizada por qualquer motivo a qualquer momento após a tentativa inicial de salvamento cirúrgico do membro. Os desfechos secundários incluíram complicações neurológicas, infecciosas e de reparo vascular específicas do membro.

Um total de 455 casos foram incluídos, sendo que 254 (56%) tiveram uso do torniquete por uma mediana de 60 minutos (8-270 minutos). Lesões explosivas (53%) e os ferimentos por arma de fogo (26%) predominaram. A incidência de edema grave, infecção da ferida e queda do pé foi maior no grupo torniquete. Mais lesões nervosas estavam presentes no grupo torniquete. Não houve diferença entre grupo de torniquete e não torniquete na presença de fratura, nível de lesão arterial, tipo de reparo arterial ou lesão venosa concomitante. Amputação e taxas de mortalidade não diferiram entre os grupos.

Conclusão do autor: O uso do torniquete em campo de batalha está associado à infecção da ferida e comprometimento neurológico, mas não à perda do membro. Tempos aumentados do uso de torniquete podem predispor a complicações sistêmicas, mas não nos membros.

Referência: (KAUVAR et al., 2018)

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