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O manejo convencional da Fibrilação Ventricular (FV) e da Taquicardia Ventricular Sem Pulso (TVSP) é a desfibrilação. O manejo padrão do ACLS consiste em ressuscitação cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade, epinefrina seriada, desfibrilação seriada e uso de antiarrítmicos.

Já a FV refratária é definida como a FV que persiste apesar de três tentativas de desfibrilação, 3 mg de epinefrina, 300 mg de amiodarona e não exibe retorno da circulação espontânea após mais de 10 minutos de RCP, estando associada a uma alta taxa de mortalidade.

Este artigo é um estudo retrospectivo unicêntrico que avaliou pacientes que foram tratados entre janeiro de 2012 e dezembro de 2015. Alguns pacientes receberam esmolol (dose de ataque: 500µg/kg, infusão: 0-100µg/kg/min) para FV refratária. No estudo vinte e cinco pacientes não receberam esmolol (grupo controle) e 16 pacientes receberam esmolol. O retorno sustentado da circulação espontânea foi significativamente mais comum no grupo esmolol, comparado ao grupo controle (56% vs. 16%, p=0,007). A sobrevida e bons resultados neurológicos em 30 dias, 3 meses e 6 meses foram mais de duas vezes melhores no grupo esmolol, em comparação com o grupo controle, embora esses aumentos não tenham sido estatisticamente significativos.

Conclusão do autor: Os achados do estudo sugerem que a administração de esmolol pode aumentar a taxa de sobrevida sustentada do retorno sustentado da circulação espontânea entre pacientes com FV refratária em parada cardíaca extra-hospitalar. Porém, mais estudos prospectivos de maior escala são necessários para determinar o efeito do esmolol para fibrilação ventricular refratária.

Referência: (LEE et al, 2016)

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