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A hemorragia pulmonar é uma entidade com risco de vida que às vezes requer intervenção imediata para interromper o sangramento. Quando o sangramento não é identificável, por exemplo, na hemorragia alveolar, as opções terapêuticas são limitadas e incluem correção de defeitos de coagulação juntamente com tratamento de suporte de vida, conforme necessário. Nesse contexto, o ácido tranexâmico, um agente antifibrinolítico sintético, foi aprovado para o tratamento ou profilaxia de episódios hemorrágicos em pacientes com distúrbios de coagulação por via oral ou intravenosa.

O artigo dessa semana é um ensaio clínico randomizado, o qual comparou o uso de ácido tranexâmico nebulizado (500 mg três vezes ao dia) versus intravenoso (500 mg três vezes ao dia) em pacientes adultos que se apresentam ao pronto-socorro com hemoptise ativa. O desfecho primário foi a cessação do sangramento em 30 min. O desfecho secundário incluiu quantidade de hemoptise em 6h, 12h e 24h, além de procedimentos intervencionistas e efeitos colaterais do ácido tranexâmico. Foram excluídos do estudo pacientes hemodinamicamente instáveis ou que necessitassem de procedimento intervencionista imediato ou ventilação mecânica.

Conclusão do autor: O ácido tranexâmico nebulizado pode ser mais eficaz do que o intravenoso na redução da quantidade de hemoptise e na necessidade de procedimentos intervencionistas de emergência. Futuros estudos maiores são necessários para explorar ainda mais o potencial do ácido tranexâmico nebulizado em comparação com o intravenoso em pacientes com hemoptise leve.

Referência: Gopinath et al, 2022

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