A anormalidade eletrolítica mais comum na prática clínica é um baixo nível de sódio (hiponatremia). Esse desequilíbrio ocorre em 14% a 42% dos pacientes internados. Há uma alta mortalidade associada à hiponatremia.
A hiponatremia sintomática tem sido tradicionalmente tratada com uma infusão cuidadosa, lenta e contínua de solução salina hipertônica. Isso foi feito para evitar o evento adverso chamado síndrome de desmielinização osmótica. Nos últimos tempos, várias diretrizes de consenso de especialistas recomendaram o uso de bolus rápidos e intermitentes de solução salina hipertônica em vez de uma infusão contínua lenta.
O artigo dessa semana é um ensaio clínico prospectivo, multicêntrico, aberto e randomizado. Envolveu 178 pacientes com mais de 18 anos com hiponatremia moderadamente grave a grave e níveis séricos de sódio de 125 mmol/L ou menos. Os grupos de bolus intermitente rápido receberam 2ml/kg de solução salina a 3% durante 20 minutos. O grupo de infusão contínua lenta recebeu 0,5 ml/kg/h no grupo moderado e 1 ml/kg/h no grupo grave.
Conclusão do autor: Este ensaio clínico randomizado constatou que as terapias com bolus e infusão lenta de solução salina hipertônica para o tratamento de hiponatremia foram eficazes e seguras, sem diferença no risco de hipercorreção. No entanto, o tratamento em bolus tendeu a ter uma melhor eficácia em atingir o nível sérico de sódio em 1 hora. A terapia em bolus pode ser sugerida como o tratamento preferencial da hiponatremia sintomática, o que é consistente com as diretrizes de consenso atuais.
Referência: Baek SH et al, 2021
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