O artigo desse semana investigou o efeito da imobilização da coluna vertebral no pré-hospitalar sobre a mortalidade. Foi de maneira retrospectiva, com uma grande amostra nacional de pacientes com trauma penetrante descritos na base de dados do National Trauma Data Bank (NTDB). A hipótese era de que pacientes com trauma penetrante imobilizados na coluna vertebral antes do transporte teriam uma mortalidade maior do que os pacientes não imobilizados.
Os resultados mostraram que a imobilização da coluna vertebral no pré-hospitalar está associada a uma maior mortalidade em pacientes com trauma penetrante e pode prejudicar mais pacientes do que ajudar. Pacientes imobilizados na coluna vertebral tinham duas vezes mais chances de morrer em comparação com aqueles que não foram imobilizados. Isso foi consistente em diferentes grupos de pacientes, incluindo aqueles com lesões menos graves.
Além disso, o estudo analisou o potencial benefício da imobilização da coluna vertebral em pacientes com lesões penetrantes na coluna. Dos pacientes com essas lesões, apenas uma pequena proporção poderia potencialmente se beneficiar da imobilização da coluna vertebral. A análise mostrou que o número necessário para tratar com imobilização da coluna vertebral para potencialmente beneficiar um paciente foi de 1.032, enquanto o número necessário para prejudicar com imobilização da coluna vertebral para potencialmente contribuir para uma morte foi de 66.
Conclusão do autor: A imobilização da coluna vertebral no pré-hospitalar está associada a uma maior mortalidade em pacientes com trauma penetrante e não deve ser rotineiramente utilizada em todos os pacientes com trauma penetrante. Isso destaca a importância de reavaliar as práticas de imobilização da coluna vertebral no pré-hospitalar e considerar abordagens mais seletivas com base no mecanismo e na gravidade da lesão.
Referência: Spine immobilization in penetrating trauma: more harm than good?
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